Efeito neve:

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Núcleo de História Militar


Criação:

Criado em 1978, aquando das “Comemorações dos XIX Séculos do Município de Chaves”, o Núcleo Militar, instalado na Torre de Menagem, tem em exposição permanente material militar, armas, espadas, uniformes, bandeiras, peças de artilharia, assim como diversas outras peças, que ao longo dos tempos, foram sendo utilizadas pelo exército português.

É dentro da temática militar, que o museu compõe as suas 4 salas, dando a conhecer e divulgando a História Militar Portuguesa a todos quantos nos visitam.

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Colecção:
 
No 1.º piso encontra-se o balcão da recepção e a sala D. João I. Nesta sala, dedicada à época da Reconquista, encontra-se em exposição permanente diversos materiais ligados ao tema militar da época, nomeadamente, uma réplica do elmo e espada de D. João I, uma bandeira da fundação de Portugal e da Ordem de Avis, bem como uma armadura e espadas do séc. XVII, para além de miniaturas de guerreiros dos distintos povos que passaram por Chaves até ao século XIV.

O 2.º piso surge ligado ao tema das Guerras Peninsulares (1808-1815), ao qual a cidade de Chaves se encontra fortemente ligada, uma vez que foi através desta cidade que a Segunda Invasão Francesa, liderada pelo Marechal Soult, penetrou em Portugal.

O acervo de carácter militar é variado, um Sarilho composto por três Carabinas de Artilharia Westley-Richards, uniformes de infantaria e da Companhia dos Caçadores de Chaves, quadros relativos ao Conde de Amarante, General Silveira, 1.º Marquês de Chaves, bem como outras peças de campanha do século XVIII.
Segue-se, no 3.º piso, a sala dedicada à Primeira Guerra Mundial (1914-1918), onde se pode contemplar o espólio do General José Celestino da Silva, um capacete das tropas alemãs, alguns modelos de espingardas, uniformes de infantaria e várias peças de artilharia alusivas à época.

No 4.º e último piso encontra-se a sala dedicada à Guerra Colonial (1961-1974). Trata-se, sobretudo, de espólio usado nas províncias ultramarinas durante a guerra pelas forças inimigas, como canhangulos, uma espada gentílica, uma metralhadora ligeira, uma espingarda de repetição, uma pistola-metralhadora de tambor, azagaias, catanas e mocas gentílicas.

Por fim, um assomo ao cimo da Torre, encimada por um telhado torneado por um paço de ronda, permite desfrutar de uma magnífica vista panorâmica sobre a cidade, o rio Tâmega e o jardim envolvente.

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História:
 
A História do Castelo entrecruza-se com a de Chaves.

Segundo alguns vestígios arqueológicos encontrados, pode ter existido uma primitiva ocupação humana pré-histórica da região no remoto Paleolítico e continuada nas épocas seguintes, podendo, no local que hoje ocupa o Castelo, ter existido um castro.

Já na época Romana houve comprovadamente uma edificação, como o demonstram as pedras almofadadas encontradas nos alicerces do Castelo. Nessa época, Chaves foi um importante centro urbano, elevado à categoria de município a partir de 78, com Vespasiano, 1.º César da dinastia Flávia, que a denominou Aquæ Flaviæ, em homenagem à excelência das suas águas termais.

Com as Invasões Bárbaras dos Suevos, Alanos, Vândalos e Visigodos, a edificação que ali existia foi arrasada, como o resto da povoação.

Na Idade Média, as populações da região, deslocaram-se para os locais mais povoados, num outeiro sobranceiro ao vale do rio Tâmega, concentrando-se nele para assim, poderem amuralhar-se e proteger-se, pois eram frequentes os choques entre Cristãos e Mouros, que em 711 invadiram a Península Ibérica. Nos anos de Reconquista Cristã, as muralhas da vila de Chaves foram sendo construídas e destruídas, e de novo reconstruídas. É neste contexto que surge a primitiva edificação do Castelo de Chaves (séc. IX), quando Chaves foi tomada aos Mouros por Afonso III de Leão, o Conde Odoário foi encarregue da reconstrução das defesas e repovoamento do território.

Expulsos os Mouros, o Castelo entrou em decadência até à formação do Condado Portucalense, pois Afonso VI, rei de Leão e Castela, incluiu Chaves no dote de sua filha, D. Teresa de Leão e Castela, quando a casou com o Conde D. Henrique de Borgonha.

Em 1258, D. Afonso III, concede o foral à Vila de Chaves, que é confirmado em 1350 por D. Afonso IV.

Com a elevação à categoria de vila, Chaves consagrou-se como um núcleo populacional, económico e estratégico na linha da defesa das fronteiras do território português, surgindo a necessidade de reconstrução do Castelo e Torre de Menagem, continuada por D. Dinis.

No contexto da crise de 1383-1385, a vila de Chaves tomou partido por D. Beatriz e D. João I de Castela, que foram vencidos na Batalha de Aljubarrota, pelas forças do Condestável D. Nuno Álvares Pereira, que impuseram cerco ao Castelo durante 4 meses, até à rendição do seu alcaide-mor, Martim Gonçalves de Ataíde.

Como recompensa, D. João I de Portugal doou estes domínios ao Condestável D. Nuno Álvares Pereira, que por sua vez os legou como dote a sua filha D. Beatriz, pelo casamento com D. Afonso, Duque de Bragança, filho ilegítimo de D. João I, Mestre de Avis.

Ao longo da História foram várias as vicissitudes que o Castelo teve de enfrentar e que puseram à prova o espírito patriota, nomeadamente na Guerra da Restauração (1640), nas Invasões Francesas (1809) e na 1.ª Guerra Mundial (1914-1918).

Para além dos danos provocados pelas vicissitudes históricas e militares, as muralhas de Chaves sucumbiram também perante o crescimento da cidade, sendo absorvidas pelo progresso urbano e pela construção de casas de habitação e outras, como é ainda hoje visível nas zonas das Portas do Anjo ou da Rua do Sol.

Do Castelo resta apenas a Torre de Menagem como História viva das épocas conturbadas, classificada como monumento nacional desde 22 de Março de 1938.

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Edifício:
 
A Torre de Menagem, de planta rectangular, tem a altura de um edifício moderno de oito a nove andares. As paredes de granito, lisas e quase sem decoração, são rasgadas por estreitas seteiras, e a fachada a leste é adornada por varandas em madeira. O topo da torre está coroado por merlões e ameias. Nos vértices, pequenos balcões, semicirculares, são suportados por matacães.

A entrada na torre faz-se por uma porta com arco de volta perfeita, que está a cerca de seis metros acima do chão, para a qual se sobe por uma pesada escada de pedra, com guardas também empedradas. O portal encontra-se encimado por um brasão real com dezanove castelos.

Entra-se para o primeiro de quatro andares. Debaixo deste há ainda um piso térreo que, com apenas uma abertura no tecto, para o primeiro andar, servia de cisterna do castelo, não sendo sequer acessível.

O primeiro andar, tal como os outros é pouco iluminado por não haver janelas, ou haver poucas, já que as paredes apresentam uma espessura superior a dois metros. O primeiro piso é de pedra, tal como deveria ter estado no original, já os restantes foram restaurados em tijoleira, suportada por vigas metálicas. As escadas, originariamente em madeira, são agora também metálicas.


De todos os pisos é de destacar o terceiro, onde se encontrava um enorme fogão de sala, pois era o salão nobre da torre.

O último andar dá ainda acesso a uma excelente vista panorâmica de toda a cidade, da Serra do Brunheiro e do colorido jardim que envolve a Torre, limitado por muralhas da Restauração e adornado com algumas peças do núcleo arqueológico do Museu da Região Flaviense.


Saiba mais informações sobre este Museu consultando o seu roteiro.
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